quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Aliança Estremecida II

O processo eleitoral se encaminha para o final.
É a derradeira caminhada para a vitória ou derrota.
Tenho acompanhado com especial interesse o horário eleitoral gratuito, analisando as propostas utópicas dos candidatos.
Entretanto, o que me chama a atenção é que alguns candidatos não sabem o que dizer ou prometer.
Não conseguem sequer mobilizar sua militância.
É o caso do candidato Fogaça, sujeitinho insosso, de fala mansa e só. Não teve coragem nem para assumir que era candidato e só aceitou concorrer após obrigar seu aliado PDT a andar ao seu lado. Não queria perder a prefeitura. Seu aliado almejava a Prefeitura e não hesitou em concordar com as condições impostas, mesmo indo contra o diretório nacional.
Agora, há insatisfação entre os aliados, pois a campanha não empolga e, oportunistas que são, já começam a se bandear para outros lados. Querem o poder e se houver segundo turno sem Fogaça, é líquido e certo que apoiarão Tarso, seu adversário, candidato do PT.
Aliás, nacionalmente, o PDT apóia o PT.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Projeto Mirim

 Compartilhando espaço de treinos, ontem realizaram jogo treino a equipe mirim masculina do Chelsea e o time feminino principal do Villarreal.
O encontro ocorreu no Campo do Cecobi, na Vila Ipiranga, por ocasião da falta de jogadoras no treino do Villa, que usava o espaço no primeiro horário.
Valeu para observações de jogadoras e jogadores, pois ambas as equipes disputarão importantes campeonatos ali adiante.
O time do Villa foi composto por sete atletas que estreavam, além de duas ex-atletas do Chelsea, mais dois jovens, que acompanhavam o grupo.
Tomando a iniciativa do jogo, o Villa meteu pressão para cima dos Bafanabafana do Chelsea, mas foram estes que abriram o placar aos doze minutos do primeiro tempo, em arrancada do meia-atacante Lorram, que recebeu passe de Lucas Fernando.
Os Bafanabafanas do Chelsea suportaram bem a pressão das jogadoras do Villa, mais experientes e mais fortes fisicamente, até que, no final do primeiro tempo, em falha do zagueiro Émerson, a equipe feminina empatou.
Na segunda metade do segundo tempo, já cansados, os moleques permitiram a virada, desta vez em falha do volante Léo.
Jogaram pelo Chelsea: Patrick, Caio, Alexandre, Émerson(Léo) e Erick; Rodrigo, Marcelo, Ruan e Lorram; Lucas e Vítor.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Aliança Estremecida - 'Jefferson ameaça rompimento com Serra'

Presidente do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson, que começou o domingo na internet com críticas ao aliado José Serra, candidato do PSDB à Presidência da República, intensificou as reclamações e, no início da tarde, já falava em "ruptura".
Jefferson se queixa dos ataques ao ex-presidente e senador Fernando Collor(aquele mesmo), antigo adversário e hoje aliado do PT e do presidente Luis Inácio Lula da Silva.

Candidato ao governo de Alagoas, Collor faz campanha para a petista Dilma Rousseff, fato destacado pela campanha tucana na TV. Apesar de muitos parlamentares do PTB apoiarem Dilma, o partido está coligado com o PSDB de Serra.
 "Desconheço os motivos pelos quais o tucano José Serra passou a desferir golpes abaixo da linha da cintura na TV contra o senador Fernando Collor", disse Jefferson no Twitter e em seu blog. "O que os tucanos estão querendo com insultos, uma ruptura?", questionou.
"Nós, do PTB, estamos coligados ao PSDB na campanha nacional e somos sistematicamente deixados de lado na discussão de estratégias e rumos", protestou o presidente do PTB.
O líder petebista disse que suspeitava que os ataques a Collor fossem uma reação de Serra às críticas feitas por Jefferson à campanha tucana e aproveitou para atacar outro partido coligado ao PSDB: " Não vi, em nenhum momento, a campanha tucana criticar envolvidos no mensalão do Dem, por exemplo. Por que o PTB?
Pela manhã, Jefferson já tinha reclamado: " O Collor em momento algum falou contra o Serra. Para que Serra está falando contra o Collor? Me deixa mal. Fiz acordo com o Collor. Eu não interviria em Alagoas, e ele não criaria problemas para a coligação PTB-PSDB."

Jornal Zero Hora, pag 09, segunda-feira, 06/09/2010 

sábado, 4 de setembro de 2010

O Pequeno Armazém de Drogas

No final de uma ruazinha do fundo da vila existe um pequeno armazém. As pessoas gostam dali, pois é bem sortido e elas podem comprar no "caderno". O proprietário se orgulha do seu estabelecimento. Afinal, ele era um simples camelô que vendia coisas na rua, mas, com seu esforço e alguns incentivos do governo, conseguiu montar seu próprio negócio. Se tudo continuar dando certo, em breve ele poderá abrir um supermercado. Essa poderia ser a história de um cidadão comum, que consegue vencer na vida com grande sacrifício pessoal, dos quais há muitos bons exemplos no Brasil. Mas também poderia ser a história de um "pequeno traficante", que consegue, graças ao sacrifício de outros e alguns "incentivos penais", expandir seus negócios e lavar dinheiro numa empresa de fachada.
Um desses incentivos foi dado, recentemente, pelo Supremo Tribunal Federal, ao admitir que um traficante receba pena restritiva de direitos ao invés de prisão, criando temerária jurisprudência. Embora respeitável, essa decisão não considera que os chamados "pequenos traficantes" são justamente aqueles que rondam escolas, cercam os jovens e abrem as portas da dependência.É por meio deles que os "patrões" chegam até nossos filhos. Assim, o STF acaba de dar um incentivo penal ao pequeno armazém de drogas, para que se torne, no futuro, um supermercado.
Precisamos combater os grandes comerciantes de drogas e um dos meios de se fazer isso é reduzindo a oferta, entendendo que a periculosidade dos traficantes de rua está na sua importância para a expansão do "mercado consumidor", não no poder de fogo que eles detêm ou na liderança que exercem, nem nos privilégios econômicos que alcançam, pois são, geralmente, pessoas de baixa renda, que buscam no tráfico um meio de sobrevivência. Não raro, são adolescentes que, para sustentar o próprio vício, acabam fomentando o vício dos outros. Alguns desses traficantes sequer têm consciência, muitas vezes, do quanto são perigosos. Aliás, assim age a droga: elliminando da consciência o mal que ela causa.
Foi consenso entre os especialistas que participaram do Congresso Internacional sobre o Crack e Outras Drogas, promovido pela Associação do Ministério Público e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que o tráfico é o combustível da violência expressa pelo assustador aumento de roubos, latrocínios e homicídios. Não calha, pois, argumentar que o tráfico é crime sem violência à pessoa, pois é a violência subjacente que garante a continuidade do comércio clandestino.
O juiz deve ter a liberdade de decisão, como fundamento da democracia. Todavia, uma vez comprovado e reconhecido em sentença que se trata de réu traficante, pouco importa o tamanho de sua "empresa", não podendo ser tratado como um pequeno empresário, digno de incentivos governamentais. Numa perspectiva econômica, e não apenas jurídica, os incentivos na atividade comercial servem para estimular seu crescimento.
Mutatis mutandis, conceder benefícios aos narcotraficantes implica fomentar a criminalidade e suas terríveis consequências.

 David Medina da Silva - Promotor de Justiça, diretor da AMP/RS
Jornal Zero Hora, artigos p.19 - sábado, 04/09/2010