Amistoso quarta-feira, as 20hs na quadra sintética da Ig Bom Jesus, contra o time do posto de gás Copagás.
Escalados para jogar : Zé, Professor, Rafael, Karranka, Jean, Andi, Leandro, Max.
sábado, 11 de dezembro de 2010
domingo, 24 de outubro de 2010
Presidios, um tema atual
Escrever sobre presídios é sempre um tema polêmico e, ao mesmo tempo, indissociável de uma comparação com as nossas casas prisionais. Numa viagem aos Estados Unidos, em 1984, visitei dois presídios em Nashville, no estado do Tenessee: um masculino e outro feminino. Fiz a mesma pergunta em ambos: qual o preso mais "ilustre" cumprindo pena? No masculino estava o ex-governador do estado, Ray Blanton, condenado por vender anistias a presos e licenças para o comércio de bebidas alcoólicas; no feminino, uma advogada que operava a venda, em parceria com o citado governante. O presídio masculino, inaugurado em 1898, foi fechado em 1996 e lá também se encontrava preso o assassino do Martin Luther King, James Earl Ray, condenado a prisão perpétua, mas isolado na área dos sentenciados à cadeira elétrica. Caminhei no "corredor da morte" até a sala de execuções e lá estava aquele assento mortal. Vê-lo dá arrepios. Nos EUA, os presídios, quando são superados em sua capacidade de abrigar sentenciados ou os prédios se tornam obsoletos, a decisão é bem simples. São fechados e tornam-se atração turística, como Alcatraz ou o do Tenessee. No Brasil, a carência de uma política prisional que vise uma recuperação social dos apenados desemboca nas imagens chocantes de homens e mulheres vivendo como animais enjaulados. O empresário gaúcho Henrique Sanfelice, que matou sua mulher, a jornalista Beatriz Rodrigues, condenado a 19 anos de prisão, fugiu do Brasil e está preso na Espanha, mas luta na Justiça para ficar por lá. Ele conhece o que lhe espera por aqui. O mesmo vale para o exbanqueiro Salvatore Cacciola, cumprindo pena na Penitenciária de Bangu 8, considerada uma prisão VIP para presos com curso superior. Mesmo assim, o ex-dono do Banco Marka, se pudesse, teria preferido seu isolamento no presídio do Principado de Mônaco que, comparado às nossas casas prisionais, era um hotel 5 Estrelas. A cela de Cacciola tinha vista para o mar Mediterrâneo. Há quem diga que as penitenciárias brasileiras só poderão ser comparadas às do Primeiro Mundo quando a turma que rouba e mata, mas que veste camisas de colarinho branco, se convencer que ninguém é impune e muito menos está acima da lei, mesmo podendo pagar excelentes advogados. Se o Congresso Nacional tivesse apenas "fichas limpas" teríamos leis obrigando o Estado a construir presídos para seres humanos.
Rogério Mendelski - Jornal Correio do Povo, 24/10/2010 p.7
rogerio@radioguaiba.com.br
Rogério Mendelski - Jornal Correio do Povo, 24/10/2010 p.7
rogerio@radioguaiba.com.br
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Aliança Estremecida II
O processo eleitoral se encaminha para o final.
É a derradeira caminhada para a vitória ou derrota.
Tenho acompanhado com especial interesse o horário eleitoral gratuito, analisando as propostas utópicas dos candidatos.
Entretanto, o que me chama a atenção é que alguns candidatos não sabem o que dizer ou prometer.
Não conseguem sequer mobilizar sua militância.
É o caso do candidato Fogaça, sujeitinho insosso, de fala mansa e só. Não teve coragem nem para assumir que era candidato e só aceitou concorrer após obrigar seu aliado PDT a andar ao seu lado. Não queria perder a prefeitura. Seu aliado almejava a Prefeitura e não hesitou em concordar com as condições impostas, mesmo indo contra o diretório nacional.
Agora, há insatisfação entre os aliados, pois a campanha não empolga e, oportunistas que são, já começam a se bandear para outros lados. Querem o poder e se houver segundo turno sem Fogaça, é líquido e certo que apoiarão Tarso, seu adversário, candidato do PT.
Aliás, nacionalmente, o PDT apóia o PT.
É a derradeira caminhada para a vitória ou derrota.
Tenho acompanhado com especial interesse o horário eleitoral gratuito, analisando as propostas utópicas dos candidatos.
Entretanto, o que me chama a atenção é que alguns candidatos não sabem o que dizer ou prometer.
Não conseguem sequer mobilizar sua militância.
É o caso do candidato Fogaça, sujeitinho insosso, de fala mansa e só. Não teve coragem nem para assumir que era candidato e só aceitou concorrer após obrigar seu aliado PDT a andar ao seu lado. Não queria perder a prefeitura. Seu aliado almejava a Prefeitura e não hesitou em concordar com as condições impostas, mesmo indo contra o diretório nacional.
Agora, há insatisfação entre os aliados, pois a campanha não empolga e, oportunistas que são, já começam a se bandear para outros lados. Querem o poder e se houver segundo turno sem Fogaça, é líquido e certo que apoiarão Tarso, seu adversário, candidato do PT.
Aliás, nacionalmente, o PDT apóia o PT.
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Projeto Mirim
Compartilhando espaço de treinos, ontem realizaram jogo treino a equipe mirim masculina do Chelsea e o time feminino principal do Villarreal.
O encontro ocorreu no Campo do Cecobi, na Vila Ipiranga, por ocasião da falta de jogadoras no treino do Villa, que usava o espaço no primeiro horário.
Valeu para observações de jogadoras e jogadores, pois ambas as equipes disputarão importantes campeonatos ali adiante.
O time do Villa foi composto por sete atletas que estreavam, além de duas ex-atletas do Chelsea, mais dois jovens, que acompanhavam o grupo.
Tomando a iniciativa do jogo, o Villa meteu pressão para cima dos Bafanabafana do Chelsea, mas foram estes que abriram o placar aos doze minutos do primeiro tempo, em arrancada do meia-atacante Lorram, que recebeu passe de Lucas Fernando.
Os Bafanabafanas do Chelsea suportaram bem a pressão das jogadoras do Villa, mais experientes e mais fortes fisicamente, até que, no final do primeiro tempo, em falha do zagueiro Émerson, a equipe feminina empatou.
Na segunda metade do segundo tempo, já cansados, os moleques permitiram a virada, desta vez em falha do volante Léo.
Jogaram pelo Chelsea: Patrick, Caio, Alexandre, Émerson(Léo) e Erick; Rodrigo, Marcelo, Ruan e Lorram; Lucas e Vítor.
O encontro ocorreu no Campo do Cecobi, na Vila Ipiranga, por ocasião da falta de jogadoras no treino do Villa, que usava o espaço no primeiro horário.
Valeu para observações de jogadoras e jogadores, pois ambas as equipes disputarão importantes campeonatos ali adiante.
O time do Villa foi composto por sete atletas que estreavam, além de duas ex-atletas do Chelsea, mais dois jovens, que acompanhavam o grupo.
Tomando a iniciativa do jogo, o Villa meteu pressão para cima dos Bafanabafana do Chelsea, mas foram estes que abriram o placar aos doze minutos do primeiro tempo, em arrancada do meia-atacante Lorram, que recebeu passe de Lucas Fernando.
Os Bafanabafanas do Chelsea suportaram bem a pressão das jogadoras do Villa, mais experientes e mais fortes fisicamente, até que, no final do primeiro tempo, em falha do zagueiro Émerson, a equipe feminina empatou.
Na segunda metade do segundo tempo, já cansados, os moleques permitiram a virada, desta vez em falha do volante Léo.
Jogaram pelo Chelsea: Patrick, Caio, Alexandre, Émerson(Léo) e Erick; Rodrigo, Marcelo, Ruan e Lorram; Lucas e Vítor.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Aliança Estremecida - 'Jefferson ameaça rompimento com Serra'
Presidente do PTB, o deputado cassado Roberto Jefferson, que começou o domingo na internet com críticas ao aliado José Serra, candidato do PSDB à Presidência da República, intensificou as reclamações e, no início da tarde, já falava em "ruptura".
Jefferson se queixa dos ataques ao ex-presidente e senador Fernando Collor(aquele mesmo), antigo adversário e hoje aliado do PT e do presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Candidato ao governo de Alagoas, Collor faz campanha para a petista Dilma Rousseff, fato destacado pela campanha tucana na TV. Apesar de muitos parlamentares do PTB apoiarem Dilma, o partido está coligado com o PSDB de Serra.
"Desconheço os motivos pelos quais o tucano José Serra passou a desferir golpes abaixo da linha da cintura na TV contra o senador Fernando Collor", disse Jefferson no Twitter e em seu blog. "O que os tucanos estão querendo com insultos, uma ruptura?", questionou.
"Nós, do PTB, estamos coligados ao PSDB na campanha nacional e somos sistematicamente deixados de lado na discussão de estratégias e rumos", protestou o presidente do PTB.
O líder petebista disse que suspeitava que os ataques a Collor fossem uma reação de Serra às críticas feitas por Jefferson à campanha tucana e aproveitou para atacar outro partido coligado ao PSDB: " Não vi, em nenhum momento, a campanha tucana criticar envolvidos no mensalão do Dem, por exemplo. Por que o PTB?
Pela manhã, Jefferson já tinha reclamado: " O Collor em momento algum falou contra o Serra. Para que Serra está falando contra o Collor? Me deixa mal. Fiz acordo com o Collor. Eu não interviria em Alagoas, e ele não criaria problemas para a coligação PTB-PSDB."
Jornal Zero Hora, pag 09, segunda-feira, 06/09/2010
Jefferson se queixa dos ataques ao ex-presidente e senador Fernando Collor(aquele mesmo), antigo adversário e hoje aliado do PT e do presidente Luis Inácio Lula da Silva.
Candidato ao governo de Alagoas, Collor faz campanha para a petista Dilma Rousseff, fato destacado pela campanha tucana na TV. Apesar de muitos parlamentares do PTB apoiarem Dilma, o partido está coligado com o PSDB de Serra.
"Desconheço os motivos pelos quais o tucano José Serra passou a desferir golpes abaixo da linha da cintura na TV contra o senador Fernando Collor", disse Jefferson no Twitter e em seu blog. "O que os tucanos estão querendo com insultos, uma ruptura?", questionou.
"Nós, do PTB, estamos coligados ao PSDB na campanha nacional e somos sistematicamente deixados de lado na discussão de estratégias e rumos", protestou o presidente do PTB.
O líder petebista disse que suspeitava que os ataques a Collor fossem uma reação de Serra às críticas feitas por Jefferson à campanha tucana e aproveitou para atacar outro partido coligado ao PSDB: " Não vi, em nenhum momento, a campanha tucana criticar envolvidos no mensalão do Dem, por exemplo. Por que o PTB?
Pela manhã, Jefferson já tinha reclamado: " O Collor em momento algum falou contra o Serra. Para que Serra está falando contra o Collor? Me deixa mal. Fiz acordo com o Collor. Eu não interviria em Alagoas, e ele não criaria problemas para a coligação PTB-PSDB."
Jornal Zero Hora, pag 09, segunda-feira, 06/09/2010
sábado, 4 de setembro de 2010
O Pequeno Armazém de Drogas
No final de uma ruazinha do fundo da vila existe um pequeno armazém. As pessoas gostam dali, pois é bem sortido e elas podem comprar no "caderno". O proprietário se orgulha do seu estabelecimento. Afinal, ele era um simples camelô que vendia coisas na rua, mas, com seu esforço e alguns incentivos do governo, conseguiu montar seu próprio negócio. Se tudo continuar dando certo, em breve ele poderá abrir um supermercado. Essa poderia ser a história de um cidadão comum, que consegue vencer na vida com grande sacrifício pessoal, dos quais há muitos bons exemplos no Brasil. Mas também poderia ser a história de um "pequeno traficante", que consegue, graças ao sacrifício de outros e alguns "incentivos penais", expandir seus negócios e lavar dinheiro numa empresa de fachada.
Um desses incentivos foi dado, recentemente, pelo Supremo Tribunal Federal, ao admitir que um traficante receba pena restritiva de direitos ao invés de prisão, criando temerária jurisprudência. Embora respeitável, essa decisão não considera que os chamados "pequenos traficantes" são justamente aqueles que rondam escolas, cercam os jovens e abrem as portas da dependência.É por meio deles que os "patrões" chegam até nossos filhos. Assim, o STF acaba de dar um incentivo penal ao pequeno armazém de drogas, para que se torne, no futuro, um supermercado.
Precisamos combater os grandes comerciantes de drogas e um dos meios de se fazer isso é reduzindo a oferta, entendendo que a periculosidade dos traficantes de rua está na sua importância para a expansão do "mercado consumidor", não no poder de fogo que eles detêm ou na liderança que exercem, nem nos privilégios econômicos que alcançam, pois são, geralmente, pessoas de baixa renda, que buscam no tráfico um meio de sobrevivência. Não raro, são adolescentes que, para sustentar o próprio vício, acabam fomentando o vício dos outros. Alguns desses traficantes sequer têm consciência, muitas vezes, do quanto são perigosos. Aliás, assim age a droga: elliminando da consciência o mal que ela causa.
Foi consenso entre os especialistas que participaram do Congresso Internacional sobre o Crack e Outras Drogas, promovido pela Associação do Ministério Público e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que o tráfico é o combustível da violência expressa pelo assustador aumento de roubos, latrocínios e homicídios. Não calha, pois, argumentar que o tráfico é crime sem violência à pessoa, pois é a violência subjacente que garante a continuidade do comércio clandestino.
O juiz deve ter a liberdade de decisão, como fundamento da democracia. Todavia, uma vez comprovado e reconhecido em sentença que se trata de réu traficante, pouco importa o tamanho de sua "empresa", não podendo ser tratado como um pequeno empresário, digno de incentivos governamentais. Numa perspectiva econômica, e não apenas jurídica, os incentivos na atividade comercial servem para estimular seu crescimento.
Mutatis mutandis, conceder benefícios aos narcotraficantes implica fomentar a criminalidade e suas terríveis consequências.
David Medina da Silva - Promotor de Justiça, diretor da AMP/RS
Jornal Zero Hora, artigos p.19 - sábado, 04/09/2010
Um desses incentivos foi dado, recentemente, pelo Supremo Tribunal Federal, ao admitir que um traficante receba pena restritiva de direitos ao invés de prisão, criando temerária jurisprudência. Embora respeitável, essa decisão não considera que os chamados "pequenos traficantes" são justamente aqueles que rondam escolas, cercam os jovens e abrem as portas da dependência.É por meio deles que os "patrões" chegam até nossos filhos. Assim, o STF acaba de dar um incentivo penal ao pequeno armazém de drogas, para que se torne, no futuro, um supermercado.
Precisamos combater os grandes comerciantes de drogas e um dos meios de se fazer isso é reduzindo a oferta, entendendo que a periculosidade dos traficantes de rua está na sua importância para a expansão do "mercado consumidor", não no poder de fogo que eles detêm ou na liderança que exercem, nem nos privilégios econômicos que alcançam, pois são, geralmente, pessoas de baixa renda, que buscam no tráfico um meio de sobrevivência. Não raro, são adolescentes que, para sustentar o próprio vício, acabam fomentando o vício dos outros. Alguns desses traficantes sequer têm consciência, muitas vezes, do quanto são perigosos. Aliás, assim age a droga: elliminando da consciência o mal que ela causa.
Foi consenso entre os especialistas que participaram do Congresso Internacional sobre o Crack e Outras Drogas, promovido pela Associação do Ministério Público e pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que o tráfico é o combustível da violência expressa pelo assustador aumento de roubos, latrocínios e homicídios. Não calha, pois, argumentar que o tráfico é crime sem violência à pessoa, pois é a violência subjacente que garante a continuidade do comércio clandestino.
O juiz deve ter a liberdade de decisão, como fundamento da democracia. Todavia, uma vez comprovado e reconhecido em sentença que se trata de réu traficante, pouco importa o tamanho de sua "empresa", não podendo ser tratado como um pequeno empresário, digno de incentivos governamentais. Numa perspectiva econômica, e não apenas jurídica, os incentivos na atividade comercial servem para estimular seu crescimento.
Mutatis mutandis, conceder benefícios aos narcotraficantes implica fomentar a criminalidade e suas terríveis consequências.
David Medina da Silva - Promotor de Justiça, diretor da AMP/RS
Jornal Zero Hora, artigos p.19 - sábado, 04/09/2010
domingo, 29 de agosto de 2010
Cartão SUS, um fracasso tucano-petista
José Serra e Dilma Rousseff compartilham o fracasso da implantação do Cartão SUS, um projeto anunciado em 1997, que já comeu R$ 400 milhões da Viúva e até agora deu em nada. Fez água até mesmo em municípios onde seria realizada uma experiência piloto. Nada melhor que uma campanha eleitoral para que digam como pretendem consertar o desastre. A ideia era boa: cada cidadão ganharia um plástico em cuja fita magnética estaria gravado seu histórico médico. Mataria a pau certas fraudes, facilitaria a cobrança do ressarcimento nos casos de clientes da rede de convênios privados e seguradoras. Desbastaria a floresta burocrática da saúde pública.
No final de 1997, quando o governo anunciou a novidade, o uso da Internet na rede bancária ainda engatinhava. Passaram-se 12 anos e 31% das transações dos brasileiros são feitas em computadores pessoais. A rede tornou-se a principal plataforma de acesso ao sistema financeiro, com R$ 8,4 bilhões de transações por ano, R$ 23 milhões por dia. (O SUS faz R$ 1,3 bilhão de de transações anuais.) Para a banca , funcionaram o interesse e a vitalidade da iniciativa privada. No Ministério da Saúde, prevaleceram o desinteresse, a cobiça dos intermediários de fornecedores e o horror que a burocracia da saúde (pública e privada) tem da transparência.
Dilma e Serra já fizeram duas palestras sobre saúde, esbanjaram platitudes e não tocaram no assunto. Assim como no caso do fracasso do ressarcimento do SUS pelas operadoras privadas, exercitaram o que a professora Lígia Bahia chama de "elipse discursiva". Se os candidatos não sabem o que fazer, podem pedir à Febraban que envie uma força-tarefa ao Ministério da Saúde para coordenar o projeto. Não se trata de explicar o que deu errado, nem de jogar a responsabilidade sobre a administração alheia. Bastam alguma honestidade no reconhecimento do fracasso e um compromisso com metas de custos e de prazos.
Quando Serra era ministro da Saúde, o PT acumulou denúcias contra as licitações do Cartão SUS e chegou a pedir a criação de uma CPI.Os companheiros estão há sete anos no governo e não fizeram nada, nem CPI. O ministro José Gomes "ordenou em 2008 a reformulação" do projeto.
Até hoje, nada. Novas licitações, novos estudos e novas brigas resultaram no seguinte: milhares de terminais continuam empacotados, com sistemas operacionais e aparelhos caducos. Tanto no mandarinato tucano como no petista, o Cartão SUS só funcionou para empulhações publicitárias. Se blablablá tucano resolvesse, em 1998 o sistema estaria implantado. Pela parolagem petista, desde 2001 haveria pelo menos 44 cidades servidas pelo cartão, beneficiando 13 milhões de pessoas.
O fracasso é explicado por diversos fatores: megalomania, guerras burocráticas, inépcia, ignorância, mais as velhas e boas redes de compadrio. Sempre que o governo precisa da Internet para tomar dinheiro da choldra, sua capacidade é escandinava. Quando se trata de recorrer à informática para melhorar o serviço público, empilham-se desastres, espertezas e propaganda enganosa. Se Dilma e Serra fizerem só aquilo que seus governos prometeram e não entregaram, Fernando Henrique Cardoso e Lula lhes agradecerão.
Dilma e Serra dizer o que farão com plano que torrou R$ 400 milhões.
Élio Gaspari, opinião
jornal Correio do Povo, 07/07/2010
No final de 1997, quando o governo anunciou a novidade, o uso da Internet na rede bancária ainda engatinhava. Passaram-se 12 anos e 31% das transações dos brasileiros são feitas em computadores pessoais. A rede tornou-se a principal plataforma de acesso ao sistema financeiro, com R$ 8,4 bilhões de transações por ano, R$ 23 milhões por dia. (O SUS faz R$ 1,3 bilhão de de transações anuais.) Para a banca , funcionaram o interesse e a vitalidade da iniciativa privada. No Ministério da Saúde, prevaleceram o desinteresse, a cobiça dos intermediários de fornecedores e o horror que a burocracia da saúde (pública e privada) tem da transparência.
Dilma e Serra já fizeram duas palestras sobre saúde, esbanjaram platitudes e não tocaram no assunto. Assim como no caso do fracasso do ressarcimento do SUS pelas operadoras privadas, exercitaram o que a professora Lígia Bahia chama de "elipse discursiva". Se os candidatos não sabem o que fazer, podem pedir à Febraban que envie uma força-tarefa ao Ministério da Saúde para coordenar o projeto. Não se trata de explicar o que deu errado, nem de jogar a responsabilidade sobre a administração alheia. Bastam alguma honestidade no reconhecimento do fracasso e um compromisso com metas de custos e de prazos.
Quando Serra era ministro da Saúde, o PT acumulou denúcias contra as licitações do Cartão SUS e chegou a pedir a criação de uma CPI.Os companheiros estão há sete anos no governo e não fizeram nada, nem CPI. O ministro José Gomes "ordenou em 2008 a reformulação" do projeto.
Até hoje, nada. Novas licitações, novos estudos e novas brigas resultaram no seguinte: milhares de terminais continuam empacotados, com sistemas operacionais e aparelhos caducos. Tanto no mandarinato tucano como no petista, o Cartão SUS só funcionou para empulhações publicitárias. Se blablablá tucano resolvesse, em 1998 o sistema estaria implantado. Pela parolagem petista, desde 2001 haveria pelo menos 44 cidades servidas pelo cartão, beneficiando 13 milhões de pessoas.
O fracasso é explicado por diversos fatores: megalomania, guerras burocráticas, inépcia, ignorância, mais as velhas e boas redes de compadrio. Sempre que o governo precisa da Internet para tomar dinheiro da choldra, sua capacidade é escandinava. Quando se trata de recorrer à informática para melhorar o serviço público, empilham-se desastres, espertezas e propaganda enganosa. Se Dilma e Serra fizerem só aquilo que seus governos prometeram e não entregaram, Fernando Henrique Cardoso e Lula lhes agradecerão.
Dilma e Serra dizer o que farão com plano que torrou R$ 400 milhões.
Élio Gaspari, opinião
jornal Correio do Povo, 07/07/2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
A Luta dos Lobos
Hoje não estou a fim de pensar. Estou a fim de contar uma história. Talvez ela lhe ajude, como me está ajudando, a encurtar o caminho para o nosso assunto de hoje. Um guru contava para seu grupo de seguidores o seguinte:
- Todos nós temos dentro do peito dois lobos. Eles vivem em batalha feroz. Um lobo é a infelicidade, que se manifesta em nossas raivas, ódios, preocupações, invejas, tudo de ruim, enfim. O outro lobo é o da felicidade, que se manifesta em nossa alegria, amor, confinça, paixão, generosidade, em nossas virtudes, no que há de bom em nós e no que somos. Esses dois lobos estão sempre se atacando.
Foi aí que um discípulo, atento, muito interessado, levantou o dedo e perguntou ao guru:
- E qual desses lobos vence a luta?
Sem piscar, o mestre respondeu:
- O lobo que você alimentar...
E eu te pergunto: que lobo costumas alimentar? Não seriam essses lobos os pensamentos positivos e negativos?
Luiz Carlos Prates, coluna Ponto Final, jornal Diário Gaucho - 17/08/2010
atendimento.dg@diariogaucho.com.br
- Todos nós temos dentro do peito dois lobos. Eles vivem em batalha feroz. Um lobo é a infelicidade, que se manifesta em nossas raivas, ódios, preocupações, invejas, tudo de ruim, enfim. O outro lobo é o da felicidade, que se manifesta em nossa alegria, amor, confinça, paixão, generosidade, em nossas virtudes, no que há de bom em nós e no que somos. Esses dois lobos estão sempre se atacando.
Foi aí que um discípulo, atento, muito interessado, levantou o dedo e perguntou ao guru:
- E qual desses lobos vence a luta?
Sem piscar, o mestre respondeu:
- O lobo que você alimentar...
E eu te pergunto: que lobo costumas alimentar? Não seriam essses lobos os pensamentos positivos e negativos?
Luiz Carlos Prates, coluna Ponto Final, jornal Diário Gaucho - 17/08/2010
atendimento.dg@diariogaucho.com.br
Por que chorar?
"A noite daquele sábado já ia adiantada. Decidi parar na lanchonete próxima à residência. Mal entrei, o amigo estendeu as mãos em minha direção e começou a falar: "Frei, pode marcar, eu vou ficar doente. Eu já não suporto mais. O Grêmio pode ir para a segunda divisão. E eu irei com ele. Até a pé nós iremos, para o que der e vier...Tem mais: nós já fomos para a Segunda Divisão e retornamos, ressuscitamos na Batalha dos Aflitos e voltamos mais fortes para a Primeira Divisão. Outros times fizeram a mesma coisa. Segunda Divisão não teria problema algum para nós, gremistas. Porém, Frei, eles serão campeões de novo.Éssa é uma dor que penetra fundo demais. E isso é insuportável. Eu já sei, ficarei doente. O senhor terá que ir me visitar no hospital. E se puder, me arrume um emprego numa emissora de rádio da Serra, que irei de mala e cuia para lá."
Outro amigo meu comentava: "Frei, quando o Inter joga à noite, eu me ponho na cama mais cedo, na esperança de ter um sono tranquilo, sem interrupção. Entende o que eu quero dizer? Penso que ele perderá. Lá pelas tantas, eu acordo com um grande rumor em toda a cidade. Ligo o rádio e, para minha desgraça, fico sabendo: o Inter ganhou mais uma. Não quero acreditar no que ouço. Eu me belisco. Lá fora, a escuridão confirma que é noite. Penso estar sonhando. E o pesadelo retorna. Amanhã, outro dia surgirá e eu deverei aguentar no osso as observações dos meus amigos".
Se dependesse de uma amiga da Capital, a cor vermelha não existiria mais.
Enquanto o assunto é futebol,tudo bem. Porém, isso, ocorre em outras circunstâncias. Por que chorar pelas vitórias alheias? Como justificar nossa alegria ser maior pela derrota dos outros do que por suas conquistas?
Frei Irineu Costella, coluna Ponto de Vista, jornal Diário Gaúcho - 17/08/2010
Outro amigo meu comentava: "Frei, quando o Inter joga à noite, eu me ponho na cama mais cedo, na esperança de ter um sono tranquilo, sem interrupção. Entende o que eu quero dizer? Penso que ele perderá. Lá pelas tantas, eu acordo com um grande rumor em toda a cidade. Ligo o rádio e, para minha desgraça, fico sabendo: o Inter ganhou mais uma. Não quero acreditar no que ouço. Eu me belisco. Lá fora, a escuridão confirma que é noite. Penso estar sonhando. E o pesadelo retorna. Amanhã, outro dia surgirá e eu deverei aguentar no osso as observações dos meus amigos".
Se dependesse de uma amiga da Capital, a cor vermelha não existiria mais.
Enquanto o assunto é futebol,tudo bem. Porém, isso, ocorre em outras circunstâncias. Por que chorar pelas vitórias alheias? Como justificar nossa alegria ser maior pela derrota dos outros do que por suas conquistas?
Frei Irineu Costella, coluna Ponto de Vista, jornal Diário Gaúcho - 17/08/2010
Estupradores Absolvidos
Este fato aconteceu em Santa Catarina em meados de maio passado próximo.
Convidada por dois amigos para uma visita ao apartamento de um deles, uma adolescente de 14 anos foi propositalmente embriagada e, constatada a embriaguês, forçada a manter relações sexuais com os 'amigos'. Ela, 14 anos; eles, 15/16 anos.
Todos menores de idade.
Ela, uma adolescente de família comum.
Os desgraçados, filhos de "bacanas":
Um, de sobrenome Sirotsky, o outro, filho de graduado policial civil.
Eles não negaram a relação sexual.
Negaram o estupro, negaram o crime, esses ordinários.
Mas se ela não quis o ato, não permitiu o assédio e mesmo assim foi consumado, então nós temos o crime, agravado pelo entorpecimento da vítima.
Tomei conhecimento do fato tempos depois por outro meio de comunicação.
Fui buscar informações na imprensa local e para minha surpresa, apenas um veículo de mídia, deu atenção ao caso, não por acaso, a concorrência.
Mas a concorrência não fez disso uma bandeira, absteve-se dos personagens principais e focou no fato.
Chamou-me a atenção o fato de não ter saído uma única linha sobre o caso em nenhum meio daquele grupo do qual um dos '213'(código penal) é herdeiro.
Nem seus conceituados jornalistas, que se dizem parte de um jornalismo isento, fizeram quaisquer comentários. Fiquei muito decepcionado com essa postura.
Resolvi escrever sobre este caso após o julgamento dos safados.
Não deveria ter ficado surpreso, pois a justiça daquele estado decidiu, sem a presença da vítima e seu defensor, apenas com as partes acusadas, que não houve estupro.
Erraram os investigadores, os peritos, a acusação era infundada, blá, blá.
Justiça, aquela, controversa pois os estupradores responderam ao processo em liberdade por não oferecerem risco(?) à sociedade, mesmo assim, tiveram seus passaportes apreendidos para não fugirem do país. Eles têm grana, lembram?
Assim é feita a justiça no Brasil!
Que diferença, por exemplo, da Inglaterra, onde agora, com 30 anos de idade, recebeu o benefício da condicional, um daqueles meninos que foram condenados e presos quando tinham apenas 11 anos de idade.
Crianças no Brasil, criminosos para a legislação daquele país!
Convidada por dois amigos para uma visita ao apartamento de um deles, uma adolescente de 14 anos foi propositalmente embriagada e, constatada a embriaguês, forçada a manter relações sexuais com os 'amigos'. Ela, 14 anos; eles, 15/16 anos.
Todos menores de idade.
Ela, uma adolescente de família comum.
Os desgraçados, filhos de "bacanas":
Um, de sobrenome Sirotsky, o outro, filho de graduado policial civil.
Eles não negaram a relação sexual.
Negaram o estupro, negaram o crime, esses ordinários.
Mas se ela não quis o ato, não permitiu o assédio e mesmo assim foi consumado, então nós temos o crime, agravado pelo entorpecimento da vítima.
Tomei conhecimento do fato tempos depois por outro meio de comunicação.
Fui buscar informações na imprensa local e para minha surpresa, apenas um veículo de mídia, deu atenção ao caso, não por acaso, a concorrência.
Mas a concorrência não fez disso uma bandeira, absteve-se dos personagens principais e focou no fato.
Chamou-me a atenção o fato de não ter saído uma única linha sobre o caso em nenhum meio daquele grupo do qual um dos '213'(código penal) é herdeiro.
Nem seus conceituados jornalistas, que se dizem parte de um jornalismo isento, fizeram quaisquer comentários. Fiquei muito decepcionado com essa postura.
Resolvi escrever sobre este caso após o julgamento dos safados.
Não deveria ter ficado surpreso, pois a justiça daquele estado decidiu, sem a presença da vítima e seu defensor, apenas com as partes acusadas, que não houve estupro.
Erraram os investigadores, os peritos, a acusação era infundada, blá, blá.
Justiça, aquela, controversa pois os estupradores responderam ao processo em liberdade por não oferecerem risco(?) à sociedade, mesmo assim, tiveram seus passaportes apreendidos para não fugirem do país. Eles têm grana, lembram?
Assim é feita a justiça no Brasil!
Que diferença, por exemplo, da Inglaterra, onde agora, com 30 anos de idade, recebeu o benefício da condicional, um daqueles meninos que foram condenados e presos quando tinham apenas 11 anos de idade.
Crianças no Brasil, criminosos para a legislação daquele país!
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